2.7 Área geral de formação e atividade econômica dos empregadores

Mais significativo do que a taxa bruta de emprego formal para cada área de formação é considerar, primeiramente, o setor de atividade econômica e, em segundo lugar, o tipo de trabalho exercido pelo egresso. Para a primeira dessas duas dimensões, consideramos os dados coletados na RAIS relativos à CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) do estabelecimento onde estão empregados os egressos da graduação, entre 2010 e 2017. O gráfico 2.7 apresenta a distribuição dos egressos com emprego formal pelos diferentes setores de atividade econômica dos estabelecimentos empregadores.

O setor primário de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura empregava, em 2017, apenas 0,7% do total dos diplomados do período 2010-2017 que estavam empregados e, 2017. Outros 13,2% tinham emprego na indústria (Indústria extrativa; Indústria de transformação; Eletricidade e gás; Água, esgoto e gás e Construção), 17% estavam empregados no comércio e transporte (Comércio e reparação de veículos; Alojamento e alimentação; Atividades imobiliárias e Transporte, armazenagem e correios), outros 18,4% trabalhavam em empresas de serviços (Informação e comunicação;  Atividades financeiras, de seguros e relacionadas; Atividades administrativas e outros serviços), 5,1% eram ocupados em empresas ligadas as Atividades profissionais, científicas e técnicas, 29,3% estavam empregados na administração pública, 8,1% em atividades de Educação, 6,9% em Saúde e, finalmente, 1% tinham emprego em empresas de outras áreas (Atividades artísticas; Organismos internacionais ou Serviços domésticos).

Essa distribuição experimenta variações significativas quando consideramos separadamente egressos diplomados de cursos de diferentes áreas gerais de formação, tal como definidas pela OCDE. De fato, o gráfico 2.7 indica uma significativa associação entre os egressos da área geral Educação com o setor administração pública (58,1%), o que pode ser explicado pela expressiva participação dos sistemas de educação pública na composição desse setor, e emprego em organizações de ensino propriamente ditas (18,3%). O setor administração pública também tem uma participação importante no emprego dos egressos diplomados na área geral de Saúde (33,3%), seguido pelo próprio setor de Saúde humana e serviços sociais, que participa com 33,1% do emprego formal.

Os diplomados nas áreas gerais de Humanidades e artes e também Ciências sociais, negócios e direito mostram um perfil de inserção no mercado formal bastante diversificado nos setores econômicos, com maior participação nas atividades Comércio e Administração pública.  Para os egressos dos cursos da área geral Engenharia, produção e construção, o principal empregador é a Industria de transformação (35,8%), com os demais diplomados dispersos em diversos setores. Os egressos dos cursos de Agricultura e veterinária têm como principais empregadores os setores Comércio (25,4%), seguido pela Indústria de transformação (16%) e o próprio  setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que só aparece em terceiro lugar com 14%.

 

Distribuição percentual de diplomados na educação superior entre 2010 e 2017, com emprego formal em 2017, por área geral OCDE e seção da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) do estabelecimento empregador

Por sua vez, para os diplomados de cursos da área geral de Ciências sociais, negócios e direito a proporção daqueles empregados nos setores de serviços cresce significativamente, para 24,6%. Por outro lado, a presença de profissionais formados nessa área geral atuando no setor de Saúde e Educação cai significativamente, para 3,9% e 5%. Entre os egressos formados em cursos da área geral de Ciências, matemática e computação cresce a proporção daqueles empregados no setor de Serviços (41,7%) e cai a proporção dos empregados no Comércio (13,6%) e na Administração pública (13,0%).

Como seria esperado, os cursos da área de Engenharia, produção e construção apresentam uma significativa afinidade com o emprego em empresas na área da indústria. Ao todo, 49,6% dos egressos desses cursos estão empregados em empresas desse setor. No entanto, podemos observar uma participação expressivamente menor de egressos desses cursos em empresas de serviços (12,9%), administração pública (9,8%), saúde (1,3%) e educação (4,2%). Da mesma forma há uma forte afinidade entre os cursos da área de Agricultura e veterinária e o emprego em empresas do setor de agricultura, extrativismo e pecuária. Ao todo, 14,2% dos egressos de cursos dessa área encontram empregos nesse setor. Ademais, uma proporção significativa dos egressos desse setor está empregada na indústria (17,6%) e no comércio (27,8%). Por outro lado, uma proporção expressivamente menor de profissionais formados por esses cursos está empregada em cada um dos demais setores analisados aqui.

Seguindo o mesmo padrão, entre os diplomados formados por cursos na área de Saúde e bem-estar social cresce o emprego em empresas de saúde humana e serviços sociais (30,1%). De outra parte, a participação desses profissionais em empresas da indústria (3,6%), de serviços (8,5%), em atividades profissionais, científicas e técnicas (1%) e no setor de educação (4,5%) é significativamente menor. Finalmente, entre os egressos dos cursos da área de Serviços aumenta a proporção de empregos no setor de comércio (25,9%) e cai a proporção daqueles empregados em atividade profissionais, científicas e técnicas (3,2%) e no setor de educação (5,7%).

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