1.5 Perfil dos diplomados – Idade, origem escolar, sexo, raça e cor

O diplomado típico formado pelo ensino superior é mulher, branca e oriunda do ensino médio público. Considerando a sua idade no momento da titulação, ela corresponde ao perfil uma jovem adulta, que em outros países é conhecido como “estudante não tradicional”, que chega ao ensino superior já com alguma experiência de trabalho e, provavelmente, já com responsabilidades familiares.

A distribuição dos diplomados2 por faixa etária, considerando o ano de graduação, mostra uma relativa maturidade dos egressos da educação superior no Brasil: do conjunto de estudantes que se formaram no período que estamos considerando, apenas 42% se formaram com idade compreendida entre 21 e 25 anos, o que corresponderia, com alguma folga, à idade esperada para um jovem que teve uma trajetória de estudos contínua, sem muitas interrupções ou repetências. A maioria dos egressos terminou seus estudos com uma idade superior a 25 anos, sendo que 1/3 desse total (33,3%) completou seus estudos com idade superior a 30 anos. (Gráfico 1.5)

2Para fins de análise do perfil dos diplomados, cada indivíduo foi considerado apenas uma vez
Diplomados na educação superior por faixa etária, 2010-2017

Em 2017, 67,3% dos diplomados eram oriundos da escola pública no nível médio.

A análise sobre origem escolar no nível médio dos diplomados da educação superior brasileira é prejudicada pelo grande número de casos para os quais essa informação não foi coletada. Essa situação foi muito frequente nos primeiros anos da série histórica em análise, quando casos nessa categoria representavam 71,5% do total, mas se tornou menos frequente com o passar dos anos. Em função disso é difícil analisar o aumento da participação ao longo do tempo. Entre os diplomados do ano de 2017, perfis sem a informação da sua origem escolar no nível médio representam menos de 4% do total (gráfico 1.6). Assim, se tomarmos o ano de 2017 para análise, verificamos que naquele ano, ao todo, 67,3% dos diplomados eram oriundos da escolas pública do nível médio.

Diplomados na educação superior por origem escolar (ensino médio), 2010-2017

A distribuição dos diplomados por sexo mostra que as mulheres predominam na educação superior brasileira no nível da graduação. De fato, apenas 38,7% deles são homens e os restantes, 61,3%, são mulheres.

Apesar disso, quando se analisa essa distribuição considerando também a área de formação do egresso, observamos variações expressivas nessas proporções de uma área para outra, como se vê no gráfico 1.7.

As mulheres representam a maioria dos diplomados em cursos de 4 das 7 áreas de formação, segundo a classificação proposta pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que foi incorporada aos dados do Censo da Educação Superior pelo próprio INEP. Entre os formados em cursos da área da Educação, as mulheres representam 77,7% de todos os diplomados. Também entre os egressos de cursos da área de Saúde e bem-estar social a proporção de mulheres alcança os mesmos 77,7%. Entre os diplomados de cursos na área de Serviços as mulheres somam 60,4% de todos os diplomados, entre os diplomados de cursos na área de Ciências sociais, negócios e direito as mulheres representam 58,6%, e, finalmente, entre os egressos da área de Humanidades e artes, elas somam 56,6% dos diplomados. Por outro lado, os homens são maioria entre os diplomados dos cursos na área de Ciências, matemática e computação (68,8%), entre os diplomados dos cursos na área de Engenharia, produção e construção (68%), e entre os diplomados de cursos na área de Agricultura e veterinária (57%).

Diplomados na educação superior por área geral do curso (OCDE) e sexo, 2010-2017

27,6% dos diplomados na educação superior não declararam sua raça ou cor. Outros 40,2% se declararam brancos e 28% se declararam pretos ou pardos. Apenas 1,6% se declaram amarelos, e uma proporção muito pequena (0,4%) declarou-se indígena.

Quando se considera a raça/cor dos diplomados na educação superior, chama a atenção a proporção de estudantes que não declararam a sua raça/cor. Essa categoria se diferencia da categoria “sem informação”, que descreve a situação em que a coleta da informação não foi realizada. Essa última categoria é bastante frequente nos primeiros anos da série, mas cai rapidamente a partir de 2012, alcançando valores desprezíveis no último ano da série (gráfico 1.8).

Dessa forma, a análise do perfil racial dos egressos da educação superior estará focada novamente nos dados disponíveis para 2017, quando a ausência de informação alcança um valor inexpressivo. O gráfico 1.8 apresenta em detalhe essa distribuição. Ao todo, 27,6% dos diplomados não declararam sua raça ou cor. Outros 40,2% se declararam brancos e 28% se declararam pretos ou pardos. Apenas 1,6% se declaram amarelos, e uma proporção muito pequena (0,4%) declarou-se indígena.

Analisando em conjunto as informações, verificamos que o egresso concluinte típico formado pelo ensino superior é mulher, branca e oriunda do ensino médio público. Ademais, considerando a sua idade no momento da titulação, verificamos que ela corresponde ao perfil que em outros países é conhecido como “estudante não tradicional”. Isto é, uma jovem adulta que chega ao ensino superior já com alguma experiência de trabalho e, provavelmente, já com responsabilidades familiares importantes.

Diplomados na educação superior por raça/cor, 2010-2017
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