A ocupação do diplomado é também um fator importante na determinação dos seus rendimentos no mercado de trabalho formal. O gráfico 4.4 apresenta os rendimentos médios pagos em 2017 pelo mercado de trabalho formal aos diplomados com nível superior considerando a sua ocupação. É possível observar o efeito conjunto da área de formação do egresso e sua ocupação. Nesse gráfico podemos verificar que aqueles que ocupavam posições nas forças armadas, polícia e bombeiros estão entre os mais bem remunerados entre os egressos de todas as áreas gerais de formação definidas pela OCDE.

As ocupações ligadas aos escalões mais altos do serviço público e dirigentes de empresas e organizações e aquelas ligadas a atividades profissionais são também melhor remuneradas, quando comparadas com as demais ocupações. Entretanto, aqui temos um movimento interessante. Para os diplomados em cursos nas áreas de Educação; Humanidades e artes; Ciências sociais, negócios e direito e Ciências, matemática e computação o emprego em posições da alta administração são mais bem remunerados do que aqueles ligados a atividades profissionais. Já para os diplomados em cursos nas áreas de Engenharias, produção e construção; Agricultura e veterinária; Saúde e bem-estar social e Serviços, as ocupações profissionais são, em média, mais bem remuneradas. Aqui, é relevante observar os rendimentos médios dos diplomados da área de Engenharia, produção e construção que estão entre os mais altos observados para toda a população: esses profissionais recebiam em média R$ 7.310 e R$ 7.114, quando empregados, respectivamente, como profissionais ou dirigentes.

Curiosamente, ocupações classificadas pelo empregador como técnicas de nível médio não são as pior remuneradas. Para egressos de todas as áreas de formação, essas ocupações se posicionam num nível intermediário, e estão associadas a remunerações que vão de R$ 3.172, entre os diplomados de cursos da área de Educação, a R$ 4.825, entre aqueles de Engenharia, produção e construção.

Ocupações em atividades de serviços administrativos e vendas são aquelas que menos remuneravam. Entretanto, mesmo aqui, a área de formação faz diferença: enquanto egressos da área de Educação, quando empregados nessas ocupações auferiam em média rendimentos de R$ 2.370 e R$ 2.062 respectivamente, egressos da área de Engenharia, produção e construção empregados em ocupações equivalentes, recebiam, respectivamente, R$ 3.364 e R$ 3.356.

Finalmente, ocupações industriais (CBO 7 e CBO 8) estão associadas a rendimentos intermediários. Entretanto aqui, mais uma vez, a área de formação introduz variações importantes, que vão de um mínimo de R$ 2.355 entre os formados em cursos da área de educação na CBO 7, até R$ 6.673 entre os formados na área de Engenharia, produção e construção na CBO 8.